A saúde pública de Jaguarari nunca conseguiu atender dignamente aos pacientes que dela precisaram, mas foi o alvo de promessa da campanha política do prefeito Everton Rocha (PSDB). Mesmo após adentrar no 2º ano de gestão, a situação não parece ter avançado para melhor, pelo contrário, velhos e antigos problemas se agravaram e atingiram, segundo o desabafo de um médico, situações estarrecedoras. Nos seus relatos, o profissional que discorreu situações preocupantes para todos os usuários do sistema de saúde pública de Jaguarari, foram citados casos que requerem uma investigação judicial, pois trata-se casos jamais imaginados, para quem leva seu familiar ao hospital e também postos de saúde do município.
Em relação aos PSF’s – Postos de Saúde da Família, o médico relatou ao Jaguarari Online, ausência e limitação de exames essenciais para gestantes, procedimentos indispensáveis para definir um parto sem risco de morte para mãe e filho.
No caso específico do Hospital Municipal, que atende urgência e emergência, a situação é ainda mais grave. A narrativa dos fatos cita a carência de equipamentos e aparelhos extremamente necessários, em uma unidade de saúde do porte do Hospital, para salvar vidas ou mantê-la enquanto aguarda a transferência para um centro mais avançado e equipado.
A indignação, conforme os relatos, é saber que a prefeitura de Jaguarari licitou e contratou uma Cooperativa por 9 milhões e cem mil reais, no entanto nenhuma mudança positiva na saúde foi percebida, pelo contrário, nota-se um retrocesso; sem contar com os altivos discursos de um prefeito que alavancou a sua campanha na promessa de fazer da saúde o “carro chefe” de sua administração.

Leia os principais pontos do desabafo do médico, que pediu sigilo de sua identidade por medida de segura, relatou ao Jaguarari Online:

“(...) na atenção básica, por sua própria estrutura de funcionamento não exigir maiores investimentos e ficar quase tudo por conta dos profissionais, as coisas ainda funcionavam, mesmo que precariamente. Mas era comum requerer um exame de primeira consulta (até a 12ª semana) e só ficar pronto na 30ª semana quando já devíamos ter em mãos os exames da evolução da gestação, só pra citar um exemplo. Exames de maiores complexidades jamais ficavam prontos. Nunca pedi uma TC ou RNM que tenha sido feita (e raramente pedia), só era feita quando o paciente pagava; isso acontecia as vezes no hospital, de paciente precisar de exame e ter de pagar por não haver disponibilidade naquele momento. E isso não é normal. Na mentalidade de muitos (...), isso é normal. E isso é uma crítica dura que faço (...). Claro que existe muita gente competente, poderia citar alguns nomes aqui de pessoas que tentaram algo como o diretor clínico André, do hospital, ou até o secretário anterior, Neto, que, ainda de mãos atadas, não podia fazer muito. O ex-diretor do hospital que me parecia um testa de ferro pra segurar a brinca das coisas que não davam certo, mas não era sua culpa. Os heróis médicos, técnicos e enfermeiros que lutam diariamente com recursos mínimos para trazer a vida fazendo partos em locais inadequados de maneira heroica ou reanimando pessoas a beira da morte sem aparelhos básicos. Essas pessoas, esses verdadeiros heróis, ganham salários pífios e ridículos, estudaram e continuam estudando pra salvar e trazer vidas e o mínimo de reconhecimento que é o seu sustento, não lhes vêm da maneira adequada, quando vêm. CANSEI DE CHORAR NO CONFORTO DO HOSPITAL AO VER VELHINHOS MORREREM SEM ASSISTÊNCIA. De não ter um cuidado paliativo que ao menos lhe aliviasse o sofrimento. Cansei de reclamar, de ser o chato que pedia por melhorias, de ser taxado de alienado por pedir um ventilador (respirador artificial) ou um aparelho de Raio X deste milênio ou laboratório que saísse em tempo hábil. Cansei de chegar em casa sabendo que não fiz a diferença porque estava compactuando com um sistema viciado em falhas me desliguei porque não queria me tornar o mesmo que eles.”

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