O mês de março, mês da fartura e mês que o sertanejo festeja o Dia de São José, no próximo dia 19 de março teve início com muita chuva, o que representa esperança de ano bom.
O sertanejo e empresário Marcelo, em Casa Nova, mais uma vez expressa este sentimento de alegria e gratidão pela chuva que caí nesta quarta-feira, 4, na região.
A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emitiu um comunicado que informa a possível continuidade das chuvas fortes no Sertão.
Juazeiro e Petrolina o céu está nublado. Temperatura em torno de 30 graus, mas até o momento sem sinal de chuva.
“Só quem é das plagas sertanejas sabe bem o que representa despedir a estiagem, que na curva da estrada faz seu caminho para o oco do mundo. Açoitada pelos relâmpagos cortando os céus e sob o som estremecedor dos trovões, a seca vai embora por minutos…o homem vai parando em cada biqueira, molhando o corpo e lavando a alma, banhando-se alegre nas águas da chuva mandada por Deus, corre feliz na amplidão do sertão”, diz o juiz e escritor paraibano Onaldo Queiroga.
Sertão é terra-mãe, com todas as delicadezas deste relacionamento. Pouca chuva. Sol abrasador. Sertanejos que na fé e com menos água, alimentos  e sonhos vão atravessando o tempo presente. Juazeiro, Petrolina e região na maioria dos dias a cada mês a temperatura registrada é superior aos 35 graus e sensação térmica acima dos 40 graus. No sertão chover é quase um milagre “vindo dos céus.”
A chuva voltou a cair no sertão. Em dezembro de 2019 esta redeGN informou que os profetas da chuva estiveram reunidos na região do Cariri do Ceará e apontaram que previsões sobre a quadra chuvosa em 2020 seria boa.
Os profetas são moradores da zona rural que criam previsões a partir do que observam sobre a natureza. É levado em consideração a transformação na atmosfera e no ecossistema, além da posição dos astros. Geralmente, os profetas aprendem as técnicas de observação com os avós e outros familiares, que perpassam o talento por gerações.
“O ano de 2020 será de muita chuva”. A profecia foi feita no final de dezembro pelo agricultor Venceslau Batista, de 84 anos, que há décadas observa os sinais da natureza para saber se a pluviometria será generosa durante a quadra chuvosa, que se inicia em janeiro e segue até março. Morador do Perímetro Irrigado Icó-Lima Campos, Ceará, ele é conhecido como “profeta da chuva”, nomenclatura dada ao sertanejo que faz previsões de tempo e de clima a partir de observações das mudanças do ecossistema, da atmosfera, dentre outros métodos tradicionais de previsão.
“Encontrei um ninho de joão-de-barro com a entrada da casa virada para o poente e isso é bom”, detalha o que ele acredita ser outro “sinal da natureza”. “Nos anos anteriores eles faziam a abertura virada para o nascente, ou seja, era indicação de pouca chuva”, complementa.
Em 2017, ano em que o sertanejo convivia com sete ano sem chuvas, a redação da redeGN recebeu do município de Casa Nova, Bahia, uma foto do empresário Marcelo das Baterias. Marcelo representa o sentimento de milhões de sertanejos: festejar com o banho da esperança, o simbólico batismo da felicidade da chuva no sertão. Passados três anos a sena se repete. Este ano março de 2020, a cena foi renovada. Chuva e banho.
Noticias são de chuvas desde as primeiras horas desta quarta-feira 4 em vários municípios: “Queria ver o voo da volta da Asa Branca descrito por Zé Dantas e cantado por Luiz Gonzaga. Queria sentir a poesia Zé Marcolino: “Pássaro Carão cantou / Anum chorou também / A chuva vem cair no meu sertão / Vi um sinal meu bem / Que me animou também/ É bom inverno que vem”, aponta Onaldo Queiroga.
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Redação redeGN
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