Quando contratou Edgardo Bauza, a diretoria pediu ao técnico que "ensinasse" seus atletas a jogar futebol. Taticamente eles eram crus. Apesar dos bons profissionais que passaram pelo clube nos últimos anos, as mudanças drásticas de metodologias travaram a equipe.
Pediram também os dirigentes ao Patón que emprestasse um pouco de sua postura vencedora, aguerrida, a jogadores de movimentação blasé.
O primeiro gol do São Paulo na vitória por 2 a 1 sobre o River Plate só aconteceu por um detalhe absolutamente perfeito de posicionamento somado à atitude. De Calleri? De Ganso? Não, do lateral-direito Bruno. Um coadjuvante que se postou exatamente onde deveria e fez o que tinha de fazer. Detalhes pouco perceptíveis, mas que devem fazer um técnico dormir satisfeito.
O chutaço à queima-roupa de Calleri que abriu caminho para a vitória se originou de um quase contra-ataque do River Plate, que roubou a bola na defesa e tentou sair em velocidade. Repare, na foto abaixo, onde estava Bruno para impedir que isso acontecesse.
O Tricolor apanhou, bateu, reagiu, brigou, jogou, correu. Verbos que não agradam tanto assim aos "neotáticos" do futebol, fascinados por explicações conceituais para tudo, mas essenciais em noites tão humanas de Libertadores. João Schmidt estava tão empenhado em roubar a bola que acabou expulso. Imaturidade que deve ser corrigida, mas não apaga sua ótima atuação.
Quando o São Paulo adiantou um pouco suas linhas de marcação e impediu que o River Plate trocasse passes pra lá e pra cá, ainda no início de jogo, se impôs e foi melhor. Organizado e com atitude. Como queria a diretoria quando contratou Bauza. Como quer Bauza. Nem sempre os jogadores ajudam. Dessa vez, fizeram tudo com louvor.Paulo Henrique Ganso fez de tudo para guardar o jogo no bolso. Sem tanta habilidade, mas com disposição e inteligência de movimentação de sobra, Hudson fez o mesmo. O São Paulo só pecou ao não ter reservas tão precisos – piorou com Alan Kardec e Centurión nos lugares de Calleri e Michel Bastos – e, assim como havia ocorrido em Buenos Aires, na insegurança de Denis, novamente responsável pelo gol do River.
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