Fonte: OGlobo
O governo federal promoveu evento no Palácio do Planalto nesta segunda-feira para anunciar a migração de 244 emissoras de rádio do sistema AM para a faixa FM. Ao todo, mais de 1.439 rádios AM já solicitaram ao governo migração para o FM, segundo a Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). De acordo com nota do governo, com a mudança essas rádios ganham mais qualidade de sinal e poderão ser sintonizadas em celulares e tablets, “o que garante a continuidade do serviço e a modernização das emissoras”. Cinco rádios são do Rio: de Macaé, Cantagalo, Itaperuna, Campos dos Goytacazes e Araruama.
O presidente Michel Temer pediu várias vezes aos representantes das rádios na cerimônia que "divulguem" ações do governo. Ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, Temer exaltou a tramitação da proposta de emenda à Constituição que limita o crescimento dos gastos públicos, que foi aprovada na Casa e está no Senado.
— Qual é o governante que não quer gastar o máximo possível? Porque o gasto traz popularidade, e restringir o gasto pode trazer impopularidade. Mas não pensamos apenas no Brasil de hoje, mas no Brasil de amanhã — disse Temer, que na última pesquisa de aprovação do governo, no mês passado feita pelo Ibope, tinha 14% de aprovação.
Ele também ressaltou a harmonia entre os Poderes, duas semanas após troca de farpas entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia.
Temer citou o filme "Se todos os homens do mundo", de 1956, para exemplificar sobre a importância do rádio. Na obra, um rádio amador evitou um naufrágio.
— Este ato de hoje, em que os senhores vão se comunicar com o povo todo, os senhores vão ajudar o Brasil a impedir que ele naufrague — afirmou o presidente.
25 MILHÕES DE PESSOAS BENEFICIADAS
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, disse que a migração determinada hoje vai atingir 25 milhões de pessoas, que estão nas áreas de atuação das rádios.
— A migração vai trazer aqui aos seus proprietários confiança para investir — disse Kassab.
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), “a migração para a frequência modulada não é obrigatória, mas significa o fortalecimento das emissoras que operam com onda média”.
Segundo a Abert, o governo “dá um primeiro passo para a sobrevivência de quase 2 mil rádios AM que cobrem o território brasileiro”. Segundo a associação, a AM vem sofrendo com interferências provocadas com o crescimento de grandes cidades, que geram maior interferência nas transmissões.
Paulo Tonet Camargo, presidente da Abert, explicou que as empresas já investiram R$ 100 milhões em equipamentos para se adaptar à migração. Até agora, só 53 rádios fizeram a migração efetiva.
— É imperativo que se inaugure um novo tempo e esse tempo chegou — disse Tonet.
Luiz Claudio Costa, presidente da Associação Brasileira de Rádio eTelevisão (Abratel), disse que a medida significa para as rádios um grande passo não só para sua sobrevivência, mas para sua expansão
— Ouso dizer que nosso continental território hoje tem apenas uma língua graças à radiodifusão, que uniu este país de norte a sul, de leste a oeste — disse Costa.
Tonet e Costa, em seus discursos, solicitaram a governo e parlamentares que aprovem Medida Provisória que prevê a flexibilização do horário de apresentação do programa oficial “A voz do Brasil” nas rádios.
— Queremos que “a Voz do Brasil” tenha a melhor audiência possível, a flexibilização de apenas duas horas permitirá às emissoras a otimização do espaço, de forma a garantir maior audiência e, consequentemente, maior exposição daquele noticiário — disse Tonet.
Também fora do protocolo, Kassab chamou o bispo Dom Raymundo Damasceno ao púlpito da apresentação para abençoar as rádios, em nome de todos os representantes religiosos. Entre as rádios AM que migram hoje estão várias emissoras ligadas à Igreja Católica.

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